Monday 8 April 2013

MALDITO


Maldito sejas por entrares na minha vida
Maldito sejas por me tentares e me deixares sem saída
Malditos são os teus olhos que me enfeitiçaram
Malditas as tuas mãos que me tocaram
Maldito é o teu sorriso que me aquece, me enlouquece
Maldita a tua voz doce que me adormece
Maldito é o teu corpo que me atrai
Maldito este sentimento que não sai
Maldito és e maldita é esta loucura
Que me mantém aqui tão só,
Numa visão que dá dó
A lamentar me em voz alta
Na tua sepultura. 


NAQUELA TRISTE E HUMIDA MADRUGADA


Naquela triste e humida madrugada
Em que sem um simples adeus tu partiste e eu fiquei
Em que sem sequer pensar tu destruiste e eu chorei
Os meus sonhos etereos de vida encantada
deixando pra traz apenas tristeza amargurada
e eu ali, alma gemente e desgraçada
gritando, chorando até mais não
volta! Eu imploro em vão
nao me deixes assim sem pre aviso!
nao me roubes para sempre qualquer juizo!
nao! Nao! Por favor ...Não!!
Mas nada....
e o que é que eu faço agora
não sei viver desde que te foste embora
e deambulo sem rumo nesta estrada
por onde partiste, onde sucumbiste
naquela triste e humida madrugada



LA VEM ELA SORRATEIRA....


Lá vem ela sorrateira, sorriso cínico dissimulado
convite a um prazer irreal, desmesurado
aos poucos se apoderando do meu ser.
Eu vejo-a aproximar-se lentamente
Quase que como uma rastejante serpente
Que me suga a vida, deixando em seu lugar
Uma ilusao de bem estar, uma sensaçao de viver.
E agora vai-se embora, ou finge ir
Mas mesmo ciente de sua intenção
Já não a posso deixar ir.
E assim sentado de braços estendidos
Imploro-lhe para me possuir
E ela, como falsa que é, acede ao meu pedido
E quando a sinto em mim, o mundo parece colorido.
E cada vez que a vejo morro um pouco,
No entanto sem ela sinto-me a ficar louco.
E corro de terra em terra, procurando-a em cada porto...
Pois sem sua companhia, sinto-me como morto.
E assim vou persistindo ate ao dia,
Em que me vendo ao espelho embaciado,
Se dissipe a imagem que ela me faz ver,
E veja então o que todos vêm, e me tentam fazer ver...
Um afligido... um desgraçado...
um drogado




VEM VAMOS PECAR...


Vem, vamos pecar!
hoje apetece me errar
quero quebrar todas a regras da sociedade
quero chocar todos com minha imensa promiscuidade.
quero sentir te dentro de mim.. que me aqueças...
quero elouquecer te e quero que me enlouqueças!
depois... quero que vás embora!
que saias muito rápido daqui pra fora.
afinal o amor nao existe...
e relações longas põem-me triste...
eu quero apenas brincar!
sentir o corpo em chama e gozar.
por isso vem, vamos pecar.....

TARDE DEMAIS


É tarde demais
Tarde demais para te encontrar
Cansei-me de te procurar em mil rostos e sorrisos
Busque-te em festas e em florestas
Em ruas vazias, trilhas desertas
Em estradas longas, caminhos estreitos
Em varios corações e em varios peitos
Indaguei por varias terras por onde vagueei sem rumo certo
E depois voltei a casa na esperança de andares tambem á minha procura
Mas estava errado. Tu não sabes quem eu sou tal como eu não sei quem és
E tornasse difícil procurar alguem que não conheço
Apenas sei que existe...
E por isso fiquei triste
E as rosas murcharam, e as petalas cairam estateladas no chão
E com elas, com as macias petalas, caiu tambem o meu coração
E entao desisti. Desisti de mim e desisti de ti
E foi aí que lamina me seduziu
E foi aí que todo o sangue de mim se esvaiu
E então ganhei asas e voei
E neste voo embriagado logo te encontrei
Mas agora é tarde demais
Das minhas asas nao posso abdicar
Tu estás na terra e a mim...
A mim resta me apenas voar...


CHEGA!



Já chega! disse a voz dentro de mim
Mas nao foi um chega emotivo ou desesperado
Foi um chega de quem ja tudo tem tentado,
E chega então á conclusão que basta.
E vão dizer que sou egoista e besta
Vão falar nas minhas costas
Eu sabia que ela não presta...
Mas para mim nada mais importa
Desta vez vou sair e trancar, selar a porta
Porque o contrário seria matar o meu espírito
E eu até gosto muito do meu espírito
E tenho o tratado muito mal
Tenho me envergonhado dele
Tenho lhe chamado anormal
Ate fui á terapeuta para dele me livrar
Mas foi ela que me disse que um espirito nao se pode matar
Foi então que peguei nele em meus braços e
pouco a pouco o fiz ressucitar
e voltar a ser vibrante e cheio de energia
presente, irreverente quer de noite quer de dia.
E com ele vivo agora e pra sempre irei viver
Pois ele faz parte de mim, de quem sou
Sem ele nao sou eu, sou apenas uma reflexao num espelho
Uma reflexao que tento não ver, tento esconder
E isso meus caros não se chama viver.
E então digo chega! O meu espirito e eu somos um só
Eu sou o moinho e ele é a mó.
E mesmo a farinha não sendo da melhor
Com ela faço o pão do meu futuro
Um futuro que pode não ser perfeito
Mas pelo menos é real.

A ESCOLHA


Eu deixarei que morra em mim o desejo 
de amar os teus olhos que são doces
Pois nada te posso dar 
senão a mágoa de me veres eternamente amargurada.
No entanto a tua existência foi por momentos...
como que a luz da minha vida
e assim contento me apenas em querer algo que não quero ter.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
e para mim és apenas como a fé nos desesperados
uma gota de orvalho numa terra seca e amaldiçoada
Onde a minha carne é retalhos de uma vida com nódoas do passado.
Eu deixo e encorajo... e tu
.... tu irás... e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas não saberás que quem te escolheu fui eu,
porque eu sonhei-te e idealizei-te em cada noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e jurei ouvir a tua voz doce.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da nebelina fria da tu ausencia
E então de longe e em silencio eu verei o teu amor desabrochar
Receberei a prova comprovada de que és princípe digno de se amar...
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão para mim a tua voz presente, a tua voz ausente,
que só um coração valente pode ouvir